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Não, não quero começar nenhum flame war em torno de JRuby e Groovy.
O que ocorre é que ontem um cara que tem um blog legal, o Diego, fez um comentário num de meus posts que me fez pensar a respeito… Até agora…
Na hora, sinceramente, não tive nada de muito substancial para responder, porque ainda não havia pensado a respeito. Mas tenho que confessar que isso ficou martelando a minha cabeça o tempo todo… Existe alguma vantagem de se usar Groovy invés de JRuby?
Bem, lendo e pensando a respeito, cheguei a algumas simples conclusões:
Se você tem familiaridade com Java e quer permanecer 100% no ambiente Java, sem a perspectiva de migrar, Groovy é a melhor opção pra você.
Porque a sintaxe de Groovy é muito parecida com a de Java; Groovy traz consigo uma porção de vantagens de uma linguagem OO moderna e dinâmica, como meta-programação, duck type, e closures; e você ainda pode programar usando objetos Java e Groovy numa mesma classe, de forma totalmente transparente (já que .groovy ao ser compilado se transforma em um .class qualquer).
Só que, mais uma vez: Não há qualquer possibilidade de se rodar código Groovy fora de ambiente Java, porque Groovy foi especificamente criada para ser uma “alternativa” à linguagem Java.
Se você quer que seu código seja portável para outras plataformas de runtime, tal como .Net, por exemplo, JRuby é o melhor pra você.
Acho que este é um dos fatores primordiais na escolha de JRuby invés de Groovy. Porque o fato da sintaxe de Groovy ser próxima à de Java, sinceramente, pra mim não quer dizer nada – aprender uma nova sintaxe não é coisa de outro mundo; e é até legal. Agora, portabilidade, isto sim faz a diferença – quando necessário, claro.
Você pode escrever, por exemplo, uma aplicação Ruby on Rails comum e coloca-la para rodar em um web container Java, sem muito esforço. Aliás, se você estiver usando o NetBeans, ele faz isso pra você em um ou dois cliques. E se num dado momento decidir rodar, sei lá, num Mongrel, tudo bem, você pode fazer isso sem problema algum. Isto é fantástico!
Se você quiser se manter 100% compatível com a MRI, isto é totalmente possível, porque JRuby é uma implementação completa de Ruby para a plataforma Java. E se você quiser aproveitar algum código escrito em Java, você também pode fazer isto – mas neste caso, claro, sacrificando a portabilidade.
Outro fator primordial que vejo é “comunidade”.
A comunidade JRuby tem crescido a cada dia – claro que por conta do próprio Ruby/Rails. E a indústria de software tem investido nisto, aja vista o ótimo suporte do NetBeans a Ruby/Rails; e a própria contratação de membros chaves do JRuby pela Sun há algum tempo.
E a comunidade Groovy? Bem, acho que Grails tem ajudado a levanta-la. Mas o seu barulho ainda não é dos maiores não. (Espero que isto mude.)
E o fim deste pensamento, qual é?
Use JRuby. Use Groovy. Use o que melhor atender aos seus próprios requisitos e aos de seu cliente. Porque não há apenas uma linguagem de programação, nem uma única solução pra tudo!
Atualmente estou propenso a usar tanto JRuby [on Rails] quanto Groovy [on Rails]. O que vai me fazer decidir entre um e outro serão os requisitos do momento – e a expectativa futura.
Então, seja JRuby ou Groovy, o que importa é desenvolver o software certo, no tempo certo, com a qualidade certa.
(Valeu Diego, por me fazer pensar um pouco sobre isto.)
Até a próxima!